Peguei pesado no Meme #003 (intencionalmente) e cometi um pecado mortal: só “desconstrui” – não coloquei nada no lugar. Tentarei me redimir.

Há tempos o “Alinhamento Estratégico com o Negócio” aparece na lista das 10 prioridades dos CIOs. A capacidade de “vender” internamente um projeto é uma das melhores maneiras de se verificar o quão “alinhado” com o negócio está o CIO. Em uma empresa confusa, desprovida de um Plano Estratégico que, de maneira direta, aponte suas iniciativas no médio e longo prazos, será uma grande covardia cobrar “alinhamento” do CIO. Por outro lado, em todas as empresas que “sabem para onde vão”, deveria ser trivial “vender” um projeto para o board. Mas, aparentemente, não é. A “intangibilidade” e imensa “complexidade” dos projetos de TI seriam as maiores barreiras.

Foi publicado no ano passado (2004) um excelente livro de Robert Kaplan e David Norton (inventores do Balanced Scorecard) chamado “Mapas Estratégicos“. A nova ferramenta proposta pela dupla visa exatamente facilitar o alinhamento dos ativos intangíveis de uma empresa com seu planejamento estratégico. É meio triste (e paradoxal) ver TI na mesma categoria de “capital humano” quando o critério de classificação é a sua tangibilidade. Ainda assim, a ferramenta proposta no livro para avaliação da “Prontidão do Capital Informacional” é excepcional. Não consigo mais imaginar um portfólio de projetos sem a visualização proposta na obra.

Quem já teve oportunidade de utilizar a ferramenta percebeu que ela limita-se a tratar os ativos e projetos de TI em alto nível. Parece ser o nível ideal para a negociação com o board, mas deve ser detalhada para uso pela equipe de TI. Antes de ser acusado de “simplista” quero deixar claro que não vejo os Mapas Estratégicos como o “pulo do gato” da “Arte de vender bem um projeto” (chamada de capa da Info Corporate). Mas não tenho a menor dúvida de que uma boa “venda” começa na excelência da gestão do portfolio e dos ativos de TI.

ps: Falo um pouco mais sobre Mapas Estratégicos neste artigo.