No dia 26 de abril eu anunciei aqui a morte do ‘Patinho Feio’. Me referia ao evento que então era conhecido como “Análise e Modelagem de Negócios”. Sua baixa popularidade o colocou em risco. E o evento de abril foi a gota d’água. O evento demandava uma revisão. Não tanto em seu conteúdo, mas na forma em que estava sendo apresentado e comercializado. No final de maio Tempo Real Eventos e eu lançamos um “pacote” FAN: duas oficinas que, se contratadas em conjunto, significariam um pequeno desconto. Sei que é uma prática que pode ser mal recebida: configura-se venda casada? Bom, até agora ninguém reclamou e o sucesso da iniciativa fala por si: na última quarta-feira, 16/jul, tivemos uma turma com 60 participantes!

Outra pequena alteração que efetuei foi no nome do módulo: tirei a palavrinha “Análise” e dei o braço a torcer para o RUP. Esta primeira metade do programa FAN agora se chama só “Modelagem de Negócios”. Claro que faz mais sentido, já que vendo a Análise de Negócios como a junção da Modelagem de Negócios com a Engenharia de Requisitos. Aliás, visando facilitar o entendimento do escopo dos dois módulos criei uma tagline, um tipo de sobrenome para cada um deles: Modelagem de Negócios – Entendendo o Negócio; Engenharia de Requisitos – Entendendo o Usuário. Ficou meio simplista, até apelativo. Mas não tenho dúvidas que facilitou a apresentação dos módulos.

O programa FAN (Formação de Analistas de Negócios) é um eterno “trabalho em desenvolvimento”.  Mas estou tratando a versão atual, publicada há cerca de 2 meses, como um release candidate. Ou seja, ela ficará ‘congelada’ nesta que considero a penúltima iteração do projeto do livro. Uma iteração longa, de 6 meses. As oficinas e cursos sempre antecedem a publicação de uma versão do livro. É o feedback que obtenho ali que direciona as alterações e incrementos que devo fazer em meu texto. A partir de agosto começo a publicar, exclusivamente para os participantes dos eventos, o release candidate de cada capítulo do livro. Minha intenção é liberar um capítulo por quinzena. Em paralelo está acontecendo o projeto Rendiconti – a loja virtual (POD – Print on Demand) que venderá meu trabalho e, se tudo der certo, o trabalho de vários colegas.

Modelando Negócios em Sampa - A Turma
Mas, caramba… esta deveria ser a prestação de contas do evento do último dia 16. Vamos a ela. Na teoria minhas oficinas deveriam ter um público máximo de 50 pessoas. Na prática meu recorde é de 72. Coloquei o limite por uma razão muito simples: a possibilidade de interagir e dar atenção para todos os participantes.Tivemos 60 na última quarta-feira, mas acredito que todos que precisaram de atenção foram atendidos. Sem comprometer a duração do evento. Adianto para todos, logo na abertura do evento, que temos um buffer de 1 hora. E explico: se o evento for muito ruim, lá pelas 5 da tarde tá todo mundo indo embora. E confesso que isso já aconteceu uma vez, na 3ª turma do FAN “palestrão”. O tal buffer é utilizado nas interações. E foi totalmente consumido neste último evento.

Turma grande e variada, no sentido de que tínhamos ali vários ramos de atividades representados. De escolas a usinas de álcool, passando por várias empresas de desenvolvimento de sistemas com perfis bastante distintos. Esta heterogeneidade enriquece o evento, principalmente porque permite a exploração e o debate de muitas expectativas e perspectivas distintas. Os exemplos que vêem dos participantes, suas demandas e dificuldades, são parte central da matéria-prima que utilizo em meu trabalho. Tanto que não vejo mais como seria possível escrever um livro deste tipo com um processo diferente.

Os Diagramas rabiscados sobrevivem
Apesar de insistir que os dois módulos do programa são “levemente acoplados”, por diversas vezes encerrei um papo dizendo que aquilo era tema para o evento do dia 31. Ficou feio, mas do contrário eu correria o sério risco de estourar o horário. Na verdade o que está acontecendo, intencionalmente, é uma melhor amarração das duas disciplinas. Como aprendi em nosso grupo de discussão, mesmo os participantes mais envolvidos e antenados viviam “me jogando na cara” que a formatação do programa tinha um Q de cascata. Por mais que eu insistissse que as duas disciplinas ocorrem em paralelo em um projeto para desenvolvimento de sistemas, a sensação de “quedas em cascatas” persistia. Por isso amarrei um pouco mais as disciplinas. Tento indicar onde e como há o entrelace. Fico sempre devendo o outro lado da amarração, a parte dos Requisitos. Devendo para o evento seguinte. Não vejo como fazer de outra forma.

Por falar em “cascatas”, confirmei um padrão que demanda atenção. Empresas de software que desenvolvem pacotes apresentam uma grande resistência a processos que preguem a adoção de um ciclo iterativo e incremental. Percebi isso em turmas fechadas que executei nas últimas semanas, no interior de São Paulo e em Santa Catarina. E a coisa ficou ainda mais “quente” neste evento. Os argumentos de quem defende a “cascata” neste tipo de organização são fortes, contundentes. Existem aqui duas variações principais: quem defende “cascatas” com unhas e dentes e quem pensa que iterações com 3 ou 5 meses de duração não configuram uma “cascata”. Com o segundo grupo tive tempo suficiente para descobrir que seu processo carece de revisão – foi em SC. O debate com esta turma de Sampa prosseguirá no próximo 31/jul. Espero entender e registrar melhor seus argumentos. Como a próxima oficina é bem mais prática, espaço para o debate não faltará. Claro, registrarei aqui meus achados (e perdidos).

Sempre recebo uma compilação (anônima) das avaliações. O ponto que mereceu a imensa maioria das críticas ao evento foi uma inserção comercial de 15 minutos. O evento teve um patrocinador, que ganhou um tempinho para deixar sua mensagem. A turma não gostou. Mas acho que foi só um problema de comunicação. Minha parcela é grande. Existem eventos parecidos que custam o dobro deste. A turma precisa entender que a manutenção dos valores atuais dependerá de recursos assim, de patrocinadores. Eu aviso que não endosso nenhum dos produtos ou serviços apresentados pelo patrocinador. Mas também não os ‘detono’. (Só adoro detonar mesmo o Requisite Pro, hehe). Tempo Real, Borland e eu tentaremos tornar o “reclame” mais útil e interessante para os participantes. Uma breve demonstração de produtos / ferramentas é o caminho.

Suzandeise Thomé, presidente do Capítulo São Paulo do IIBAPara encerrar, devo registrar a satisfação de ter contado com a presença da presidente do Capítulo São Paulo do IIBA (International Institute of Business Analysis), Suzandeise Thomé. O amigo Cláudio Kerber nos apresentou, e a convidei para os dois eventos. O Capítulo São Paulo foi fundado no dia 1º de abril deste ano. Sim, a Suzandeise brincou com a data. Além de nos informar que o trabalho ainda está em sua fase inicial, brigando com uma certa burocracia. Mas as perspectivas são boas. Em pvt ela me disse que o interesse é muito grande. Que várias empresas já os procuram para, principalmente, oferecer treinamentos para a formação de Analistas de Negócios. “Hot Commodity” é isso aí. Chute meu: os dois próximos anos serão quentíssimos!

Momento “falha nossa”: 1 mês sem atualizações do finito é muita coisa. Aos amigos que gostam de meus artigos, registro aqui um sincero pedido de desculpas. Tenho em meu backlog quase uma dezena de temas que quero tratar aqui. Mas a correria das últimas semanas mal deixa tempo para uma necessária cervejinha. E os próximos 45 dias seguirão no mesmo ritmo – até pior. Mas tentarei não deixar este espaço tão abandonado. Não por um período tão longo.