Como foi antecipado, a estreia do novo formato do FAN acontecerá neste final de semana, em São Paulo. Além do conteúdo programático, mexi também na estrutura do treinamento e no visual do material de apoio. Destaco neste artigo as principais modificações e as justificativas para elas.

O programa para Formação de Analistas de Negócios é um eterno trabalho em desenvolvimento. Aliás, eu acho que todo programa de treinamento é ou deveria ser assim. Sempre encontraremos algo que pode ou precisa ser melhorado. Durante os dois primeiros anos o conteúdo foi diferente em todas as turmas, para desespero do pessoal que confecciona as apostilas. A primeira grande alteração se deu após a quinta edição, quando dobramos a carga horária. A principal reclamação que recebíamos via fichas de avaliação era: “Puxa, a gente gostaria de exercitar suas sugestões”. Esticamos a duração do treinamento para poder incluir os módulos práticos.

Alteramos também o material didático. Além das apostilas, os alunos também recebiam material de apoio para execução dos exercícios. Não bloquinhos de rascunho, como de costume, mas modelos que, apesar de extremamente simples, apoiavam o aprendizado ao reforçar os conceitos apresentados.

Depois veio “The Back of the Napkin”, de Dan Roam (Portfolio, 2008), e com ele um novo método para o trabalho de modelagem de negócios. O núcleo das sugestões, baseado no uso da UML e sua extensão EPBE (Eriksson-Penker Business Extensions), foi mantido. Mas o método do pensamento visual facilitou tanto o aprendizado quanto a aplicação prática e imediata da modelagem de negócios.

Só em agosto de 2009 eu resolvi “congelar” o conteúdo do FAN. Queria testar sua estabilidade em turmas abertas e fechadas. O “descanso” e relativo distanciamento do material foi proveitoso. Há pouco mais de um mês, quando o reencontrei, sabia exatamente o que alterar.

A sequência do treinamento é madura, está bem resolvida. Mas slides envelhecem! Cerca de 70% dos slides têm a idade do FAN! De tanto apresentar o material, sempre com alguma variação, aprendi uma separação mais adequada entre o que vai na apresentação e o que é falado. É uma reengenharia gostosa de fazer, cheia de surpresas. Tem momentos em que 5 slides vão para o lixo. No momento seguinte, 7 novos slides berram para ver a luz. Ou seja, o tamanho da apresentação utilizada seguirá parecido: imenso.

Aproveitei o esforço para “dar um tapa” no visual do material didático. Se os slides já eram minimalistas pra caramba, agora eles ficaram mini-minimalistas. Influência viciante de duas obras: “Presentation Zen”, de Garr Reynolds (New Rider Press, 2008) e “The Presentation Secrets of Steve Jobs”, de Carmine Gallo (McGraw-Hill, 2010). Treinamentos como o FAN são muito cansativos. Dois dias inteiros consecutivos fazem com que os alunos percam muita coisa, principalmente ao final dos dois dias. E a gente sabe que bullets, cores, efeitos e muita ladainha escrita e falada cansam. É claro que um treinamento assim tem muito pouco em comum com os imbatíveis keynotes do Steve Jobs, por exemplo. Mesmo assim, as duas obras citadas ajudaram a desenvolver um material de apoio que: i) Cansa menos; ii) Registra aquilo que é estritamente fundamental; iii) É de fato *Visual*; e iv) Foge das perigosas e feias armadilhas do Powerpoint e afins. Estou muito satisfeito com o produto final. Tanto que em breve, finalmente (!), vou liberar uma versão light na área de downloads deste site e também no Slideshare. Só peço que aguardem um pouquinho, até a conclusão do teste de verdade que farei neste final de semana.

A distribuição dos exercícios também ajuda a tornar o evento mais produtivo e agradável. Distribuídos de maneira homogênea e com duração fixa, eles acabam ditando um ritmo. Sim, tô surrupiando aqui uma prática muito eficaz dos projetos guiados por métodos ágeis. O ritmo constante, estou apostando, deve tornar os exercícios ainda mais produtivos e eficazes. E, de quebra, os alunos mergulharão um pouco mais no modelo iterativo e incremental de desenvolvimento. As versões anteriores do FAN também tinham essa intenção. Mas existiam módulos muito extensos de teoria, seguidos de dois ou três exercícios consecutivos. Consegui encontrar um formato mais equilibrado. E sem nenhum prejuízo para a parte teórica. Ok, chega de blablablá. Que venham os testadores! Inté.

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“Pô Paulo, que sacanagem! Se você tivesse avisado a gente teria aguardado essa nova versão…”

Pessoal, a AUI! (angústia pelos upgrades infinitos) veio para ficar. Você acaba de gastar aquela bela grana num celular novinho e daqui a uma semana  aparecerá um melhor e mais feito pra ti. Será sempre assim. No caso fo FAN não se preocupem porque: i) Todo o material estará disponível para vocês, através de nosso grupo AN.br; e, ii) Estou programando dois eventos de atualização que serão disponibilizados para todos os 2.000+ participantes das turmas anteriores do FAN. Um deles será “na faixa”, “vasco”, “grátis”. Aguardem!