Muito tempo se passou desde o último post. Em eventos, botecos e contatos virtuais tentei responder a variações da mesma pergunta: “você parou de escrever?” Não, não parei. Mas em cada ocasião dei respostas diferentes. Porque não tinha uma razão clara para a interrupção dos escritos. Acho que agora tenho. E não é apenas uma.

O finito completará dez anos de “vida” no próximo dia 17 de maio. É muita idade para um blog? Parece que sim. Uma pesquisa rápida me mostrou que 70% dos blogs que acompanho não são atualizados há mais de dois anos. Também deixei pelo caminho quatro blogs. Não é questão de “fogo de palha”. Não apenas. Acontece que algumas missões e propostas perdem o sentido depois de certo tempo. Seria o caso do finito?

Definitivamente, não. Mas a data (a comemoração dos dez anos) e a consciência da exceção (poucos blogs chegam até aqui) forçaram algumas reflexões. Faz sentido seguir entregando mais do mesmo? Artigos longos e séries intermináveis são bons provocadores de conversas? Quais temas alcançariam mais pessoas? Quais questões motivariam mais e melhores interações?

Antes de arriscar qualquer resposta, uma conclusão: preciso escrever melhor. Não posso me contentar com uma nota cinco. Passei boa parte dos últimos duzentos e sessenta dias estudando a Arte da Escrita. Estou viajando da gramática básica até trabalhos sobre estrutura, substância e estilo. Foi desconcertante descobrir como escrevo mal. Estou ciente de que tenho um longo e infinito caminho pela frente. Se já aprendi alguma coisa é que preciso praticar. Muito.

Porque todos os outros planos, pequenos ou grandiosos, dependem do aperfeiçoamento dessa habilidade que subestimo há tempo. O finito segue sua sina de ser “caixa de areia”. E eu seguirei contando com suas críticas e sugestões. Além da paciência, é claro.

A imagem acima é uma das ilustrações que o artista argentino Carybé fez para Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Minha humilde homenagem ao cara que colocou a América Latina no mapa da literatura mundial.