Memes, segundo Richard Dawkins, são idéias que se auto-replicam. A teoria original não se preocupa em qualificá-las. Mas eu acho que as ‘más idéias’ ganham de goleada no quesito proliferação. E, não satisfeitas em apenas se espalhar de maneira epidêmica, tendem a gerar variações mais robustas, cruéis e insanas de si mesmas. Memes mutantes são vírus letais. Confundidos com ‘soluções’, procriam como coelhos em seu habitat natural: o mundo corporativo.

Por um longo período depositamos nas costas dos coordenadores de projetos (CPs) todo o fardo que tais empreendimentos representam. Super-heróis, tiravam de seu cinto de utilidades metodologias (sic), ferramentas, manhas, artimanhas e macetes. “Vale tudo para que o cronograma seja cumprido”. “A satisfação do cliente não tem preço”. E “o cliente tem razão sempre!”.

Após o fracasso do zilionésimo projeto suspeitamos que algo está errado: “Os CPs estão mal preparados”. Razão/suspeito recorrente (um ‘meme’ disfarçado) que gera a grande solução: “Vamos montar um escritório de projetos (PMO – Project Management Office)!!”