Autor: Jim Highsmith é um consultor e escritor, especialista em engenharia de software e gerenciamento de projetos. Além do livro apresentado aqui, escreveu também “Adaptive Software Development” (Addison-Wesley, 2000), dentre outros. Foi co-autor do Manifesto Ágil.
Editora: Addison-Wesley | The Agile Software Development Series. Primeira edição de 2004. Esta entrada é sobre a segunda edição, publicada em 2010.
Do que se trata: Criação de produtos inovadores através do APM – Agile Project Management, ou Gerenciamento Ágil de Projetos. Apesar da intenção de atender um público mais amplo, é claro que Highsmith concentra-se no desenvolvimento de software.
O autor sugere um Agile Enterprise Framework composto por 4 camadas:
- Governança do Portfólio
- Gerenciamento de Projetos
- Gerenciamento de Iterações
- Práticas Técnicas
O livro só não cobre a última camada, que pode ser composta por práticas sugeridas em frameworks como XP (eXtreme Programming), OpenUP etc. Highsmith defende que a estrutura proposta “facilita a construção de métodos ágeis híbridos que atenderiam necessidades específicas de uma organização”.
O destaque para o Gerenciamento de Iterações não é novo, mas Highsmith coloca o tema em um novo patamar. O Planejamento Avançado de Releases é uma das principais atualizações desta segunda edição. As outras são: Valores Ágeis; Escalando Projetos Ágeis; Governança de Projetos; e Medição de Performance.
A quem se destina: Líderes de projetos.
Mas também pode ser muito útil para:
- Gerentes de projetos insatisfeitos com sua situação atual;
- Gerentes de produtos cobrados por inovação, qualidade, valor, agilidade…
- Qualquer um que queira conhecer o Mundo Ágil de maneira ampla e sem dogmas ou extremismos. É particularmente indicado para executivos e gerentes.
Prós:
- Isenção. Highsmith não defende nada específico como Scrum, XP ou FDD, por exemplo. E justifica sua posição lembrando que um dos princípios do desenvolvimento ágil é a adaptação para diferentes situações.
- É esta isenção que possibilita que Highsmith critique alguns caminhos e descaminhos do Mundo Ágil.
- O livro é muito bem estruturado e ilustrado. O que torna a leitura das 370+ páginas um estudo agradável.
Contras:
- As alterações em relação à primeira edição são muito grandes. Desconfio que o “segunda edição”, apresentado em letras garrafais na capa, faça com que muitos que conheceram a primeira edição ignorem este lançamento. Não deveriam.
- Aliás, que capinha mais feia, hem?
Destaques Aleatórios:
- “Qualquer um que pratique o desenvolvimento ad hoc sob o disfarce ‘ágil’ é um impostor.” (pág. 9)
- “Olhando de fora, um time gerenciado e um time liderado podem parecer a mesma coisa. Dentro eles são muito diferentes.” (pág. 48)
- “Princípios guiam práticas. Práticas instanciam princípios. Não dá para separá-los”. (pág. 86)
- “Todo projeto deve ter um time de desenvolvimento e um time de produto. O grupo de desenvolvimento deve ser liderado pelo líder do projeto e o grupo de produto pelo gerente do produto (que no Scrum é chamado Dono do Produto).” (pág. 119)
- “O reconhecimento de que a iteração 0 (zero) não entrega valor para o cliente pressiona o time a mantê-la breve”. (pág. 147)
- “… ‘Como você consegue estimar o desconhecido?’ A resposta é: ‘Você não consegue’. Quando há o desconhecido você está chutando, não estimando – e isso é o melhor que podemos fazer. É por isso que tempo e custo são vistos como restrições, e não estimativas, em projetos ágeis.” (pág. 153)
- “A falta de um bom planejamento de releases é endêmico em partes da comunidade ágil”. (pág. 157)
- “Existem duas estratégias fundamentais para o gerenciamento de mudanças – antecipação e adaptação – e o bom design leva ambas em consideração.” (pág. 218)
- “Muita gente, inclusive algumas da comunidade ágil, pensa que o gerenciamento ágil de projetos significa menos gerenciamento. Em minha experiência, o gerenciamento ágil pode ser diferente, mas com certeza não demanda menos tempo.” (pág. 225)
- “O intercâmbio de pessoas é muito mais eficaz que o intercâmbio de papelada.” (pág. 283)
- “Os relatórios do Standish Group NÃO são bons indicadores da pobre performance do desenvolvimento de software, eles SÃO bons indicadores das sistêmicas falhas de nossos métodos de planejamento e medição.” (pág. 334)
- “Quem nunca cancela projetos nunca corre riscos. Quem não corre riscos não sobrevive. não é fracasso, é bom gerenciamento.” (pág. 334)
- “Previsibilidade ou agilidade: escolha uma.” (pág. 336)
Trilha de Estudo:
- Como prometido, uma trilha curta (em número de títulos). Esta entrada completa a anterior, “Agile Product Management with Scrum“, de Roman Pichler. Diz aí, você precisa de 2 dias, 2 semanas ou 2 meses para estudar ‘isso tudo’? Inté!