Desde outubro de 2020 eu não dava as caras por aqui. Olá, mundo. Você está diferente. Mais quente. Menos inteligente? Mais bagunçado, com certeza. Porque as crises que se cruzam e se retroalimentam dão nisto, uma grande e assustadora bagunça.
Bagunça é um sistema de problemas. Sistema é uma abstração – uma ferramenta que nos ajuda a colocar um pouco de ordem e sentido nas coisas. Entender bagunças como sistemas é uma das maravilhosas contradições que, pelo menos por enquanto, são só nossas. Digo, da gente – das inteligências vivas.
Problema é conhecimento que falta. Problemas persistentes e/ou recorrentes não deixam dúvidas: nós não estamos sabendo aprender. Saber aprender, como indivíduos ou em grupos, é uma habilidade. Uma das mais importantes. É sinal claro de inteligência. Tem máquina ficando boa nisso. Boa até demais.
Se essa combinação de inteligências com e sem vida vier para nos ajudar a lidar com as bagunças, quem vai reclamar? O problema é que, por enquanto, as inteligências artificiais só fizeram aumentar a ansiedade e os medos. Ou seja, alimentaram a bagunça. Enquanto nos distraíam gerando textos vendedores, códigos limpos, poesias falsas e pinturas idem.
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Mas, como dizia Edison, "não há nada de novo no mundo, exceto a descoberta". Por isso, ao invés de nos preocuparmos com o que ainda não sabemos, vamos nos concentrar em nosso melhor recurso: nosso próprio conhecimento. É com ele que vamos desenvolver as habilidades que vão nos ajudar a lidar com nossos problemas.
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Pois é, o parágrafo acima foi sugerido pelo meu editor esperto. Só pedi que ele esticasse a prosa. Ele não entende nada do que escreveu. Mas, engana que é uma beleza. Ficarei um pouco mais preocupado no dia em que ele disser que eu também “engano que é uma beleza”.
Novo, de novo
Este finito está novo de novo, com algumas ideias fixas e duas funções: Melhorar o seu time; e Tirar o melhor dele. Para saber lidar com um sistema de problemas é necessário um sistema de aprendizagem. Não há a pretensão de ser O sistema. Mas a intenção de subir o sarrafo e propor novos assuntos e formatos não precisa ficar escondida. Aliás, não pode ficar.
O aprendizado encaixotado na forma de profissões, funções e disciplinas está seriamente desafiado. Os problemas nunca couberam direito nessas caixinhas. Agora, eles vivem transbordando.
Dentre as boas apostas, duas vão merecer destaque neste espaço. A primeira é a aprendizagem baseada em habilidades. Habilidade é conhecimento (bem) aplicado. Há habilidades à prova de tempo e portáveis pra chuchu: saber aprender, ler, escrever e fazer contas merecem o melhor lugar em nossas estantes. Saber modelar, conversar, criticar e tomar decisões aparecem neste finito em contextos específicos. Porque não há solução independente de contexto; Porque sem contexto não há prática e sem prática não há aprendizado.
A segunda aposta trata de uma habilidade específica: Pensar em Sistemas. Porque é a melhor maneira de lidar com essa bagunça toda que fizemos. Será? Veremos.